domingo, 3 de maio de 2015

AVALIAÇÃO E ALFABETIZAÇÃO



Para a avaliação do sistema de ensino, existem mecanismos específicos, com programas já consolidados internacionalmente, como o PISA, e nacionalmente, como o Prova Brasil, ou no âmbito dos próprios estados brasileiros. Tais avaliações podem servir de ponto de partida para se pensar a prática pedagógica, no entanto, se propõem a uma visão macro, do que ocorre no país ou na rede de ensino. Elas são pensadas para orientar políticas públicas de gerenciamento das redes de ensino, de formação de professores, de escolha de recursos didáticos, dentre outras, mas não são dirigidas à reflexão do que ocorre no interior de uma sala de aula, com suas singularidades. 

Para a avaliação do currículo são necessárias estratégias de discussão acerca do que está prescrito nos documentos oficiais e do que é praticado nas escolas. Os resultados das avaliações em larga escala podem contribuir para tal tipo de reflexão, para que se possa articular o que nos propomos a ensinar e o que avaliamos com base nos instrumentos oficiais, mas são muitos os tipos de dados que precisam ser levados em conta para tal avaliação, como, por exemplo, a relação entre o que se propõe a ensinar e as expectativas e desejos das comunidades onde as escolas estão inseridas. Assim, a avaliação do currículo precisa ser realizada por diferentes participantes do processo educativo da escola: equipes pedagógicas das secretarias e das escolas, professores, comunidades onde as escolas estão inseridas, estudantes, entre outros. Tal avaliação, portanto, comporta diferentes dimensões da prática pedagógica e é impactada pelas avaliações em larga escala.

Os resultados de aprendizagem das crianças também é um bom parâmetro da autoavaliação. Se as crianças não estão aprendendo o que se pretende ensinar, é preciso analisar se as estratégias de ensino e de mediação podem ser melhoradas. Por isso, ter boas estratégias para avaliar as crianças é necessário para que se possa avaliar a própria prática. Por fim, a avaliação da aprendizagem, que é o nosso principal tema neste caderno, perpassa todas as outras avaliações. O objetivo central da escola, sem dúvidas, é promover a aprendizagem dos estudantes, tendo-se como pressuposto que não são apenas as aprendizagens dos conteúdos das disciplinas que nos interessam. Como é exposto por Santos, Lucíola e Paraíso (1996, p. 37), “o currículo constrói identidades e subjetividades: junto com os conteúdos das disciplinas escolares, adquirem-se na escola percepções, disposições e valores que orientam os comportamentos e estruturam as personalidades”. 

Assim, o professor precisa estar atento à avaliação dos estudantes, para conduzir estratégias didáticas que favoreçam esse desenvolvimento integral, sem perder de vista que existem conhecimentos e habilidades que precisam ser dominados pelos estudantes e que é papel da escola garantir que sejam aprendidos/desenvolvidos. Também cabe ao professor estar atento à diversidade de sala de aula, aos diferentes tempos de aprendizagem, buscando atender às necessidades dos alunos, com estratégias de ensino acessíveis a qualquer estudante. E como a avaliação não é um processo indissociável das práticas de ensino, é o professor que tem condições de fazer essa avaliação mais ampla.

Por fim, considera-se necessário discutir sobre a avaliação da aprendizagem, articulando tal debate às discussões acerca dos direitos de aprendizagem das crianças no processo de alfabetização. Delimitando o que as crianças precisam aprender, torna-se mais clara a ação avaliativa. Ainda assim, é preciso se pensar em quais são as estratégias de avaliação a serem adotadas e quais tipos de instrumentos favorecem mais a identificação do que os estudantes aprenderam em relação a determinado conteúdo. 

Disponível em: http://pacto.mec.gov.br/images/pdf/Formacao/caderno_avaliacao.pdf. Acesso em: 03/05/2015.

Imagem disponível em: http://corujasunidasnaavaliacao2015.blogspot.com.br/2014/10/na-educacao-infantil-e-no-ensino.html. Acesso em: 03/05/2015.

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