ROTINA NA ALFABETIZAÇÃO
Ao contrário de monotonia e simples repetição, a rotina supõe dinamismo e precisa ser construída a partir de dois aspectos fundamentais: (a) ser variada, isto é, possibilitar aos alunos experiências diversificadas de trabalho, criando várias oportunidades de aprendizagem e ampliação de habilidades, conhecimentos e contextos de aplicação; (b) ser sistemática e bem estruturada, ou seja, possibilitar a presença frequente e previsível de certas atividades, consolidando habilidades e experiências dos alunos. Assim, as rotinas possibilitam às crianças a compreensão da noção de tempo, conduzem a certa regularidade de suas ações e lhes permitem perceber a escola e a sala de aula como espaços em que as atividades podem ser planejadas, previsíveis e autocontroladas, com maior ou menor grau de autonomia.
O início das atividades diárias em sala de aula com a construção ou retomada da rotina possibilita que os participantes se situem quanto à dinâmica, aos intervalos e ao horário de saída, e visualizem a distribuição do tempo, com a previsão de duração de cada uma das ações propostas. Esses tempos devem ser avaliados e ajustados no desenvolvimento das atividades, tendo em vista a necessidade de cumprir uma proposta previamente organizada, e de se considerar o ritmo e o envolvimento da turma.
A construção da rotina, portanto, organiza o trabalho cotidiano e favorece que a sala de aula seja um espaço dinâmico, com diversidade e sistematização de: (a) atividades que contemplem os diferentes eixos de ensino (leitura, produção escrita, apropriação do sistema de escrita alfabética, conhecimentos linguísticos e oralidade); (b) formas de organizar a turma (individualmente, em duplas e em grupos); (c) oportunidades de leitura e de audição de textos pertencentes a diferentes gêneros e tipos textuais; (d) condições para que os alunos possam produzir textos de diferentes gêneros e tipos textuais, para diferentes interlocutores.
Além disso, as rotinas propiciam uma ampliação de tempos, para que as crianças frequentem a biblioteca, participem de rodas de conversa e de contação de histórias, dentre outras atividades. Assim, seu planejamento e execução devem contemplar tanto atividades permanentes quanto sequências didáticas e projetos a serem desenvolvidos em determinado período de tempo.
Referências bibliográficas:
CASTANHEIRA, M. L.; MACIEL, F.; MARTINS, R. (Orgs.). Alfabetização e letramento na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica/Ceale, 2008.
FERREIRA, A.; ROSA, E. O fazer cotidiano na sala de aula: a organização do trabalho pedagógico no ensino da língua materna. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.
Disponível em: http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/rotinas-na-alfabetizacao
Acesso em: 11/12/2020.