sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

 ROTINA NA ALFABETIZAÇÃO


Rotina é uma sequência de ações que situa o sujeito no tempo, propiciando-lhe uma referência e uma organização. Ao planejar e organizar rotinas em turmas de alfabetização, é necessário ter em mente os objetivos e as habilidades que se pretende atingir, levando em conta os sujeitos envolvidos e os contextos de ensino e aprendizagem. A definição das atividades – o que fazer, como e com que frequência – pode ser estabelecida a partir do diálogo entre professores e alunos, e ser revista sempre que necessário, garantindo que todos conheçam as atividades e se apropriem da dinâmica do trabalho, participando ativamente de cada proposta.

Ao contrário de monotonia e simples repetição, a rotina supõe dinamismo e precisa ser construída a partir de dois aspectos fundamentais: (a) ser variada, isto é, possibilitar aos alunos experiências diversificadas de trabalho, criando várias oportunidades de aprendizagem e ampliação de habilidades, conhecimentos e contextos de aplicação; (b) ser sistemática e bem estruturada, ou seja, possibilitar a presença frequente e previsível de certas atividades, consolidando habilidades e experiências dos alunos. Assim, as rotinas possibilitam às crianças a compreensão da noção de tempo, conduzem a certa regularidade de suas ações e lhes permitem perceber a escola e a sala de aula como espaços em que as atividades podem ser planejadas, previsíveis e autocontroladas, com maior ou menor grau de autonomia.

O início das atividades diárias em sala de aula com a construção ou retomada da rotina possibilita que os participantes se situem quanto à dinâmica, aos intervalos e ao horário de saída, e visualizem a distribuição do tempo, com a previsão de duração de cada uma das ações propostas. Esses tempos devem ser avaliados e ajustados no desenvolvimento das atividades, tendo em vista a necessidade de cumprir uma proposta previamente organizada, e de se considerar o ritmo e o envolvimento da turma.

A construção da rotina, portanto, organiza o trabalho cotidiano e favorece que a sala de aula seja um espaço dinâmico, com diversidade e sistematização de: (a) atividades que contemplem os diferentes eixos de ensino (leitura, produção escrita, apropriação do sistema de escrita alfabética, conhecimentos linguísticos e oralidade); (b) formas de organizar a turma (individualmente, em duplas e em grupos); (c) oportunidades de leitura e de audição de textos pertencentes a diferentes gêneros e tipos textuais; (d) condições para que os alunos possam produzir textos de diferentes gêneros e tipos textuais, para diferentes interlocutores.

Além disso, as rotinas propiciam uma ampliação de tempos, para que as crianças frequentem a biblioteca, participem de rodas de conversa e de contação de histórias, dentre outras atividades. Assim, seu planejamento e execução devem contemplar tanto atividades permanentes quanto sequências didáticas e projetos a serem desenvolvidos em determinado período de tempo.


Referências bibliográficas:
CASTANHEIRA, M. L.; MACIEL, F.; MARTINS, R. (Orgs.). Alfabetização e letramento na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica/Ceale, 2008.
FERREIRA, A.; ROSA, E. O fazer cotidiano na sala de aula: a organização do trabalho pedagógico no ensino da língua materna. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.


Disponível em: http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/rotinas-na-alfabetizacao

Acesso em: 11/12/2020.


sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

 HISTÓRIA DO ALFABETO:




origem do alfabeto carrega o legado de diferentes culturas, mas acredita-se que sua história tenha iniciado na Antiguidade com a civilização egípcia. O surgimento do primeiro alfabeto consonantal aconteceu cerca volta de 2000 a. C., mais de um milênio após a início da história da escrita. 

À essa época duas formas de escrita já eram conhecidas na Antiguidade: a escrita cuneiforme dos mesopotâmicos e os hieróglifos dos egípcios. Ambas eram bem conhecidas, sobretudo, na região do Oriente Médio, onde surgiu o primeiro alfabeto a ser usado em grande escala: o alfabeto fenício

Antes do alfabeto fenício, houve o primeiro alfabeto consonantal, Influenciado pelos princípios alfabéticos egípcios. O primeiro alfabeto representava o idioma dos trabalhadores semitas, povos que já viviam nas proximidades do Antigo Egito há cerca de 5,5 mil anos.

Atualmente, a maior parte dos alfabetos existentes no mundo surgiram a partir do desenvolvimento do alfabeto consonantal ou foi inspirado nele. Os alfabetos têm caráter abstratos, o que facilita a sua adaptação para qualquer tipo de idioma. 

O alfabeto mais utilizado no mundo é o alfabeto latino, quem vem da origem do alfabeto grego, que por sua vez, é considerado o primeiro alfabeto real por indicar de maneira consistente tanto letras consoantes quanto vogais.

O alfabeto


O alfabeto é um conjunto de sinais gráficos, conhecidos como letras, que juntas podem formar uma série de palavras. Os sinais gráficos representam os sons que são chamados de fonema, que dão origem às palavras.

O termo alfabeto vem do grego alpha+beta, que representam as duas primeiras letras do alfabeto grego. O sistema de sinais possui diversas variações e cada povo ou civilização pode criar ou adaptar o seu para ser utilizados como uma forma de comunicação.

Alfabeto da língua portuguesa


O alfabeto da língua portuguesa é composto por 26 letras, das quais três delas são usadas em casos especiais. A origem do alfabeto da língua portuguesa vem do alfabeto latino, também chamado alfabeto romano. 

Ele se divide em duas partes: vogais e consoantes. As vogais são as letras: A, E, I, O, U; e as consoantes são: B, C, D, F, G, H, J, L, M, N, P, Q, R, S, T, V, X, Z. Além delas, existem as letras: K, Y, W, que são usadas para escrever nomes próprios e estrangeirismos.

O alfabeto da língua portuguesa é escrito de forma ordenada, onde as letras respeitam uma sequência e pode ser escrito com letras maiúsculas e minúsculas. Ele é adotado em todos os países de língua portuguesa, incluindo o Brasil.

Origem do alfabeto: os primeiros símbolos


A origem do alfabeto tem início com o surgimento dos primeiros símbolos, durante a Idade Antiga, tais como a escrita cuneiforme da civilização mesopotâmica e os hieróglifos dos egípcios. Os símbolos consistiam em ideogramas e pictogramas, formado por desenhos representativos de objetos.

Utilizados para facilitar o entendimento em diferentes idiomas, com o passar do tempo e o aumento de símbolos, a representação ficou mais complexa. Desse modo, fez-se necessário a criação de um modelo que permitisse a formação de palavras.

Assim, os primeiros símbolos foram desenvolvidos com base na escrita egípcia utilizada por cerca de 3 mil anos – os hieróglifos. Já o primeiro alfabeto foi elaborado a partir de formas gráficas e desenhos, baseado na escrita cuneiforme.


Alfabeto fenício deu origem aos alfabetos da atualidade. (Foto: Wikipedia)

Principais alfabetos 


Um dos principais meios de escrita, o alfabeto possui diversas variações e adaptações de acordo com o tempo e o lugar. Entre os alfabetos mais conhecidos da história, estão:

Alfabeto fenício

Desenvolvidas pelos fenícios com base na escrita semita, as anotações fonéticas passaram a ser alfabética em meados do século XV a.C., dando origem ao primeiro alfabeto a ser usado em larga escala.

O alfabeto fenício é composto por 22 signos que permitem a elaboração da representação fonética de qualquer palavra. Seus símbolos específicos formavam letras que vão da direita para a esquerda.

O alfabeto fenício foi adotado por povos de outras civilizações, chegando aos cananeus e hebreus. Assim, o alfabeto fenício arcaico originou todos os alfabetos da atualidade.

Alfabeto grego

A origem do alfabeto grego, assim como a maioria dos sistemas alfabéticos atuais, vem do alfabeto fenício. Os gregos acrescentaram outros sons ao alfabeto fenício e adotaram um sistema com 24 letras entre vogais e consoantes. A partir do alfabeto grego outros alfabetos surgiram como o etrusco, o grego clássico e o latino.

Os gregos modificaram o alfabeto fenício, acrescentando as vogais e as variantes de sua língua. Outra mudança grega foi a direção da escrita. Embora no acompanhasse a direção fenícia (da direita para a esquerda), ela foi sendo alterada até chegar ao sistema atual de esquerda para a direita.

O sistema grego foi fundamental para o mundo moderno. Eles foram os pioneiros na escrita com o alfabeto e até os dias atuais o seu sistema é aplicado na Grécia e nas comunidades gregas pelo mundo. 

Pelo fato de possui valor numérico, as letras gregas foram adotadas também no sistema de numeração. Atualmente, o valor numérico do alfabeto grego é aplicado na linguagem científica e matemática.

Alfabeto latino

O alfabeto latino vem da origem do alfabeto grego. Também chamado de alfabeto romano, ele surgiu por volta do século VII a. C. Os romanos utilizaram 21 dos 26 dos caracteres etruscos. Com a expansão do Império Romano e a difusão do Cristianismo, o alfabeto latino passou a ser a principal escrita, tornando o alfabeto latino a base de todos os alfabetos da Europa Ocidental.

A influência do Império Romano fez com que diversas nações adotassem o latim para escrever sua própria língua. Houve um período em que a letra Z chegou ser desconsiderada, pois nessa época o latim não possuía nenhum som específico para o sinal gráfico.

Os germânicos e eslavos também aprovaram o alfabeto latino, embora tenha feito algumas modificações. As chamadas línguas românicas tardias passaram a usar sinais diacríticos para expressar o seus sons específicos. O idioma alemão passou a usar o trema (ü), os idiomas português e francês utilizaram a cedilha (ç) e o idioma português e espanhol adotaram o til (~).

Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/origem-do-alfabeto. Acesso em: 04 dez. 2020.