quinta-feira, 3 de setembro de 2015

IMPORTÂNCIA DA REUNIÃO DE PAIS


A escola, ao contrário do que muitos pais pensam, não é "aquele lugar" onde as crianças passam os dias, com a obrigação de aprender alguma coisa e onde os professores têm todas as responsabilidades. 


A escola faz parte do cotidiano familiar da criança e os pais devem estar envolvidos em todo o processo de aprendizagem. 

Pode-se dizer que a escola é um prolongamento do lar, onde o aluno se socializa com os outros e partilha a sua rotina pessoal. Assim, a colaboração dos pais com os professores ajuda a resolver muitos dos problemas escolares dos filhos. 

O conhecimento do que se passa na escola, quais os seus princípios educativos e quem são os professores, capacita os pais a participarem mais activamente na vida escolar do seu filho. É necessária, então, uma interacção contínua entre todas as partes envolvidas. 

Para os pais, participar na escola não deve ser só "receber informações". É preciso que façam sugestões e tomem algumas decisões em conjunto com os professores. 

Aliás, os professores e pais não se devem ver como inimigos. São ambos um complemento importante na educação das crianças. 

Infelizmente, muitas vezes, as causas da abstenção dos pais na vida escolar dos filhos passa pelos seus rígidos horários de trabalho. Acompanhar o percurso escolar da criança, neste aspecto, torna-se bastante difícil, principalmente quando se está cansado e com falta de paciência. 

Desta forma, e uma vez que pode não ser possível participar mais activamente, o ideal é que os pais participem, pelo menos, nas reuniões trimestrais com o professor/director de turma. Nelas terão oportunidade de se certificar do trabalho escolar que tem sido desenvolvido e receber esclarecimentos. 

Sempre que possível, será útil para o bom desenvolvimento escolar da criança o envolvimento dos pais também nos seguintes aspectos: 

Segundo a LDB (Lei de Diretrizes e Bases-Lei 9.39496) “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana...”. 

As escolas brasileiras possuem características similares quando o assunto é reunião de pais, isso por que todas realizam esse procedimento. As reuniões acontecem em geral em determinados períodos do ano, especialmente no fechamento dos bimestres, momento que marca a entrega de notas. 

O sistema brasileiro de ensino propõe que um aluno para avançar nas séries de ensino subseqüentes deve obter notas mínimas em todas as disciplinas, desse modo, os principais objetivos das periódicas reuniões é justamente para discutir esse assunto. 

Em praticamente todas as reuniões promovidas pelas escolas as realidades são idênticas, até mesmo a estrutura delas são parecidas, os pais dos alunos que obtiveram notas elevadas e que apresentam bom comportamento são parabenizados e os pais daqueles que não atingiram as médias estabelecidas pela escola e que não apresentam comportamento apreciado, são alertados quanto à falta de interesse e disciplina do filho. 

A concepção de grande parte dos educadores em momento de reunião de país é de “vingar” do aluno, pois existe a possibilidade de colocar os pais contra os filhos a partir do “arsenal” de informações negativas obtidas no decorrer do bimestre e que nesse momento é emitido para os responsáveis. Esses educadores esperam não uma melhoria e sim uma punição por parte dos pais. 

Esse agrupamento escolar não deve ter tal configuração, pois ao invés de promover uma evolução positiva pode dificultar o desenvolvimento do aluno. 

A escola deve abrir espaços para solucionar ou pelo menos buscar alternativas para uma melhoria na realidade escolar do aluno, desse modo deve-se estabelecer parcerias entre a escola e os pais, para que haja uma condução positiva dos possíveis problemas, além disso, os professores devem compreender a realidade em que vive determinado educando, para que não venha fazer julgamentos precipitados a respeito do mesmo. 

Isso faz parte da realidade de muitas crianças, adolescentes e jovens, quando alguns alunos não apresentam bons resultados escolares são reprimidos ou excluídos como um ser para o qual não há solução, sendo que muitas vezes esse indivíduo é fruto de lar desestruturado, pais separados, quando existe alcoolismo na família, violência, dentre muitas outras mazelas de ordem familiar.

Nesse sentido é que a reunião deve se focalizar, na troca de informações para que a partir desse ponto possa elaborar de forma conjunta uma solução, e que não se resuma somente em períodos de fechamento de notas, mas no decorrer de todo o ano. 

Essa perspectiva não é algo que ocorre na totalidade das escolas, ou seja, não é uma regra, porém é a pratica mais difundida no meio escolar, nesse caso o melhor é planejar objetivos e questionamentos direcionados à família e que essa também agregue contribuições, uma vez que a escola não consegue educar sozinha. 

A educação deve ser instituída com a participação efetiva de pais e escola. As reuniões devem fazer parte da realidade escolar como algo harmonioso e um centro de soluções para vida escolar dos alunos.


professor do seu filho conhece suas expectativas em relação ao trabalho dele? E você: sabe exatamente como é o dia-a-dia da criança na escola? Sabe como ela se relaciona com o professor e os colegas? Se você frequenta as reuniões de pais e mestres e mantém um diálogo constante com os profissionais que cuidam da Educação do seu filho, provavelmente deve estar com todas essas questões esclarecidas e, portanto, sentindo-se mais seguro.
Importância do ProfessorEspecial Importância do Professor 
Matérias especiais para você entender a importância do professor na sala de aula e como valorizar essa profissão.
Sim, a reunião de pais e mestres não é um mero evento protocolar, que a escola organiza com o objetivo de dar algumas satisfações aos pais. "O objetivo das reuniões é compartilhar interesses e missões tendo em vista os benefícios para o aluno", define a pedagoga Isa Spanghero Stoeber, uma das autoras do livro Reunião de Pais - Sofrimento ou Prazer?, da editora Casa do Psicólogo. 


Compartilhar é mesmo a palavra quando se fala nessas reuniões. Afinal, a relação entre a escola e os pais deve ser de parceria, como ressalta Carmem Silvia Galluzzi, autora do livro Propostas para reunião de Pais, da Editora Edicon. Para ela, as reuniões têm um grande poder de aproximar famílias e escolas. "Os pais recebem orientações, esclarecem dúvidas e, assim, estabelecem uma relação de confiança e cooperação com os professores." 



Do ponto de vista social, estar presente nas reuniões também traz benefícios aos pais e, consequentemente, ao aluno, pois a troca de vivências é grande. "É importante que os pais dos alunos se conheçam e troquem experiências", explica Fernanda Flores, coordenadora pedagógica da Escola da Vila, de São Paulo. 



Enumeramos aqui 8 razões para você sempre marcar presença nesses encontros e tirar o máximo proveito deles.

1. Conhecer a escola a fundo:

Na reunião de pais e mestres, tem-se a oportunidade de aprofundar os conhecimentos sobre a proposta pedagógica e a metodologia de ensino da escola onde seu filho estuda. Mesmo que você já tenha refletido sobre esses aspectos no momento da escolha da escola, é interessante se atualizar de tempos e tempos e repensar, nessas ocasiões, se aqueles ideais apresentados pela escola são mesmo compatíveis com os de sua família. Você pode, por exemplo, ter concordado de início com o fato de os professores passarem longos deveres de casa todos os dias. Mas, com o tempo, ao ver seu filho sempre atolado em lições e sem tempo para outras atividades, você pode passar a questionar essa atitude e a metodologia da qual ela faz parte. Nesse caso, é provável que, na reunião, coordenadores e professores expliquem por que, para aquela instituição, as tarefas diárias são consideradas tão importantes. "Nas reuniões, expomos aos pais a nossa proposta", sintetiza Carmen Silvia Galluzzi, psicóloga educacional do Colégio Oemar, de São Paulo, e professora do Centro Universitário Assunção (Unifai), também da capital paulista.

2. Acompanhar o aprendizado:

Ponto alto nas reuniões, o processo de aprendizado das crianças costuma ser discutido para que os pais possam acompanhar o desenvolvimento de seus filhos, ou, no mínimo, ter referências sobre a fase da criança ("Ela já devia estar lendo?", "E escrevendo?"). É também um momento propício para tirar dúvidas que surgem no ambiente doméstico, principalmente sobre as tarefas que são solicitadas aos alunos. "Posso ajudar meu filho no dever de casa?", "Por que é importante que ele faça todas as tarefas?", "Ele precisa estudar todo dia?".

É fundamental que pais e professores sintonizem suas cobranças e seus discursos. "Isso evita que a criança tenha conflitos", explica Isa Stoeber, referindo-se às situações em que os pais, por exemplo, cobram outros afazeres das crianças (como cursos extracurriculares), em detrimento do dever de casa. "É prejudicial quando os pais cobram uma coisa e a escola outra, porque a criança acaba se sentindo sempre em falta com alguém", conclui Isa, que também é terapeuta de família.

3. Esclarecer dúvidas de interesse geral:

"Será que a escola não está aplicando muitos trabalhos em grupo?", "Por que meu filho tem tanta coisa para estudar?", "Por que eles precisam de tantos livros didáticos?". Questões como essas são de interesse coletivo, portanto podem perfeitamente ser levadas para as reuniões de pais. O calendário anual, as excursões e as viagens e os materiais solicitados ao longo do ano também são assunto nos encontros. "A reunião de pais e mestres não visa o individual, mas sim o coletivo", diz Fernanda Flores, coordenadora pedagógica da Escola da Vila, em São Paulo. Portanto, as informações que serão trocadas entre todos os presentes devem ser de interesse geral, evitando prolongar demais a duração da reunião. "O pai que sente que o filho tem alguma dificuldade ou particularidade que mereça ser discutida deve fazer isso em um horário reservado", completa Flores. Assim, para que o encontro se torne mais proveitoso, é interessante que os pais levem questões que poderão ser abordadas naquele momento, beneficiando a todos.

4. Conhecer seu filho sob outros pontos de vista:

O comportamento de seu filho pode ser assunto na reunião de pais e é importante ficar atento a essas observações, já que a postura da criança pode definir o seu aprendizado e, claro, sua maneira de se relacionar com os professores e coleguinhas. É importante lembrar que nem sempre o comportamento da criança é o mesmo na escola e em casa, o que, muitas vezes, pode gerar diferentes impressões sobre ela (em casa, ela é extrovertida e falante, mas na escola tende a se fechar e a apresentar timidez; ou é irrequieta na escola, desobediente, enquanto no ambiente doméstico não apresenta tais sinais). Se os pais reconhecem essas diferenças, podem também buscar entender por que elas acontecem (falta de interesse na aula? Insegurança? Baixa autoestima? Distúrbio de atenção? Agitação demais?). Ou seja: conversando com os professores e outros pais, é possível perceber como o filho é visto pelas pessoas que o cercam e, assim, tentar ajudá-lo.

5. Firmar parceria com a escola:

Para a especialista Isa Stoeber, existe hoje uma confusão acerca dos limites pedagógicos e educacionais. Por um lado, a escola acha que os pais estão delegando obrigações demais para a instituição (ensinar, educar, formar caráter); por outro, os pais reclamam que a escola não cumpre seu papel como deveria. O que muitos não percebem é que a relação deve ser de parceria e de cumplicidade, e as reuniões de pais e mestres têm a função de mostrar que isso é possível, chamando os pais para participarem e dividirem responsabilidades, lembrando que a formação em casa complementa a da escola e vice-versa. É função dos pais dar bons exemplos, estimular a criança a ler, mostrar a importância de ela cumprir com seus compromissos, entre muitas outras. "Os professores devem aproveitar as reuniões para explicar às famílias como elas podem estimular as crianças, ajudá-las nas pesquisas, com o dever de casa, mas sem, é claro, assumir completamente essas tarefas", esclarece Fernanda Flores, coordenadora pedagógica da Escola da Vila, de São Paulo. Trabalhar em parceria - com cada um desempenhando o seu papel - é, ainda, essencial para a criança se sentir amparada e assistida.

6. Entender as crises da idade:

Infância, pré-adolescência, adolescência... As fases do crescimento são muitas e cada uma possui suas particularidades. A escola e os pais precisam estar preparados para lidar com as questões que certamente irão surgir, enfrentando-as com naturalidade e respeito. Nas reuniões, pode ser discutido: o que é típico dessa faixa etária? Como agimos? Um exemplo: deve-se permitir ou não o namoro nas dependências da escola? São questionamentos que podem ser levados para esses encontros, com contribuições para a escola e as famílias em geral.

7. Conhecer para poder ajudar:

Muitas escolas, percebendo a dificuldade das famílias para lidarem com certos comportamentos dos filhos típicos da idade, aproveitam as reuniões de pais para promover palestras esclarecedoras. Com isso, a presença nesses eventos se torna ainda mais imprescindível. Quando se tem conhecimento, se consegue ajudar de forma mais eficiente. Uma palestra bastante ministrada nas escolas é sobre sexualidade. A intenção é mostrar para as famílias o quanto é fundamental tratar o tema com naturalidade, procurando sempre conversar com os filhos e manter uma relação de proximidade, amizade e cumplicidade. "A escola é um espaço capaz de abrir esses canais de debate e entendimento", acredita a professora Carmem Galluzzi.

8. Mais confiança para todos/as:

Como você deve ter percebido, participar das reuniões de pais e mestres é muito importante para aproximar família e escola. E estas têm de se respeitar mutuamente. Se os pais criam uma relação de competitividade com a escola, alimentando o costume de falar mal dos professores, da organização do local e das mensalidades, por exemplo, é possível que a criança também passe a desrespeitar a instituição, o que pode prejudicar seu desenvolvimento escolar. A proximidade e a confiança entre escola e família, quando transmitidas aos alunos, fazem com que eles se sintam mais seguros, aprendam mais e se relacionem melhor.

Atualmente uma série de estudos mostram que um bom desempenho escolar dos filhos está diretamente relacionado à participação dos pais na vida acadêmica dos filhos. Aquela ajudinha na resolução de um exercício de matemática ou aquele tempinho para ouvir seu filho comentando sobre o livro que está lendo, já fazem diferença expressiva em seu desempenho assim como em sua autoestima. Já se sabe até mesmo como essa participação pode ser feita. Para saber mais, visite o link abaixo sobre a matéria publicada na revista Veja(edição de 05 de agosto de 2009).

O dever da família
As dez principais descobertas dos especialistas sobre quando e como
os pais podem ajudar a despertar nos filhos a curiosidade intelectual
e fazê-los alcançar um desempenho melhor nos estudos

1. Ter livros em casa
E, no caso de filhos pequenos, ler para eles. O hábito, cultivado desde cedo, faz aumentar o vocabulário de forma espantosa. Segundo estudo do americano James Heckman, prêmio Nobel de economia, uma criança de 8anos que recebeu esse tipo de estímulo a partir dos 3 domina cerca de 12 000 palavras – o triplo de um aluno sem o mesmo empurrão. A diferença se faz sentir na assimilação de conhecimento em todas as áreas. Aoanalisar o fato de a Finlândia aparecer sempre na primeira posição nos rankings de educação, um estudo daOCDE confirma: o incentivo precoce à leitura em casa tem um papel decisivo.

2. Reservar um lugar tranquilo para os estudos
A ideia é cuidar para que o ambiente ofereça o mínimo necessário: mesa, cadeira, boa iluminação e distânciada televisão. Já na pré-escola, os pais podem definir o local e incentivar seu uso diário. Os benefícios, já quantificados, são os esperados: concentrado, o aluno aprende mais e erra menos.

3. Zelar pelo cumprimento da lição
Ainda que a criança seja pequena e a tarefa, bem fácil, é importante mostrar a relevância dela com gestos simples, como pedir para olhar o dever pronto ao chegar em casa. Até cerca de 10 anos, monitorar diariamentea execução da lição não é excessivo. Ao contrário. Esse é o momento de começar a sedimentar uma rotina de estudos, com horário e local, mesmo que seja mais uma brincadeira. Um relatório da OCDE não deixa dúvidas quanto às vantagens. Os melhores alunos no mundo todo levam a sério o dever de casa.

4. Orientar, mas jamais daa resposta certa

Solucionar o problema é uma tentação frequente dos pais quando são acionados a ajudar na tarefa de casa. Não funciona. O que dá certo, isso sim, é recomendar uma leitura mais atenta do enunciado, tentar provocar umanova reflexão sobre o assunto e, no caso de filhos mais velhos, sugerir uma boa fonte de pesquisas. Se o erro persistir, deixe-o lá. Já se sabe que a correção do professor é decisiva para a fixação da resposta certa.

5. Preservar o tempo livre
Muitos pais, ávidos por proporcionar o maior número de oportunidades aos filhos, lotam sua agenda deatividades fora da escola. O resultado é que sobra pouco tempo para brincar, esse também um momento sabidamente precioso para o aprendizado. Na escola, por sua vez, crianças com rotinas atribuladas demais costumam demonstrar cansaço, o que frequentemente compromete o próprio rendimento.

6. Comparecer à reunião de pais
Mesmo que seja muitas vezes enfadonha, ela proporciona no mínimo uma chance de sentir o ambiente naescola, saber da experiência dos demais alunos e tomar contato com a visão de outros pais. A ida a esses encontros tem ainda um efeito colateral menos visível, mas já bastante estudado: a presença dos pais é umademonstração de interesse que contribui para o envolvimento dos filhos com a escola.

7. Conversar sobre a escola
A manifestação de interesse, por si só, é um indicativo do valor dado à educação pela família. Os efeitos sãoainda maiores quando o estudo é tratado como algo agradável e aplicável à vida prática, e não um fardo. Umarecente compilação de estudos, consolidada por um centro de pesquisas do governo americano, mostra que um pai que consegue produzir esse tipo de ambiente em casa aumenta em até 40% as chances de o filho se tornar um bom aluno.

8. Monitorar o boletim
No caso de um resultado ruim, o melhor a fazer é definir um plano para melhorar o desempenho – mas não sem antes consultar a escola e avisar o filho de que está fazendo isso. O objetivo aí é estabelecer, junto com o colégio, uma estratégia para reverter a situação e saber qual será, exatamente, sua participação. Está mais do que provado que castigo, nesse caso, não funciona. Só diminui o grau de autoconfiança, já baixa, e agrava o desinteresse pelos estudos.

9. Procurar o colégio no começo do ano

É a ocasião em que cabe perguntar, pelo menos em linhas gerais, o que a escola pretende ensinar em cadamatéria. Trata-se do mínimo para poder acompanhar tais metas e, se preciso, cobrar sua execução.

10. Não fazer pressão na hora do vestibular

O excesso de pressão por parte da família só atrapalha no momento mais tenso na vida de um estudante. À mesa do jantar, os pais darão uma boa contribuição ao evitar falar apenas disso. Mas podem ajudar mais, principalmente zelando para que o ambiente de casa na hora do estudo não fique barulhento demais e para que o filho não se comprometa com muitas atividades. O lazer, no entanto, não deve ser suprimido. É o que dizem os especialistas e os próprios campeões no vestibular: em 2008, os mais bem colocados em dez áreas mantiveram uma pesada rotina de estudos, mas, pelo menos no fim de semana, preservaram algum tempo livre.

Como tornar a reunião de pais um sucesso:

Atenta à necessidade de tornar produtivas as reuniões de pais, a psicóloga educacional dedicou um livro ao assunto.

Aquelas reuniões de pais intermináveis, com hora para começar mas sem hora para acabar, cansativas e pouco produtivas podem dar lugar a encontros agradáveis. Em busca desse objetivo, a psicóloga educacional Carmen Silvia Penha Galluzzi escreveu o livro Propostas para Reunião de Pais – Estratégias e relatos de casos (Editora Edicon), rumo à terceira edição.

O livro nasceu da experiência de Carmen Silvia como palestrante do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (SIEEESP), ministrando o curso Reunião de Pais – como organizá-las. Já foram 60 cursos, totalizando 2500 educadores atentos ao assunto. Carmen percebeu, então, o quanto professores, coordenadores e diretores estão interessados em organizar melhor suas reuniões de pais e sistematizou as informações de que dispunha no livro.

Para a profissional, a escola deste milênio está aberta aos pais, mas é preciso que ambos – escola e pais – aprendam a utilizar esse espaço. Psicóloga educacional da Organização Educacional Margarida Maria (OEMAR), em São Paulo, Carmen parte do princípio de que as reuniões de pais servem para abordar assuntos relativos ao grupo de alunos e nunca pode ser ameaçadora. Nesta entrevista a Direcional Escolas, ela fala sobre a importância do objetivo da reunião, dos temas abordados, da forma como é feito o convite, entre outras dicas e detalhes que podem fazer a diferença.

DIRECIONAL ESCOLAS – Por onde o educador deve começar ao organizar a reunião de pais de sua escola?

CARMEN SILVIA PENHA GALLUZZI - O importante é ter bem claro qual o objetivo da reunião. Eu sugiro uma reunião anterior ao início do ano letivo para que os pais conheçam os professores antes dos próprios filhos. A adaptação diz respeito a todos os envolvidos no processo escolar, não só às crianças e adolescentes. Essa reunião tem como objetivo passar assuntos gerais. Funciona como um acolhimento das famílias, explicando quais são os objetivos da escola, como cada série trabalha e como os pais podem ajudar seus filhos. É como um contrato. Indico receber os pais com uma dinâmica ou com um texto. A acolhida, quanto mais preparada e sincera, será melhor para que os pais percebam o ambiente onde seus filhos irão estudar. Já uma reunião de primeiro bimestre ou primeiro trimestre é mais voltada para questões pedagógicas, porque os filhos já tiveram uma caminhada na escola e os pais anseiam por esse retorno de como eles estão pedagogicamente. Se é uma reunião do segundo trimestre, quando já não existe uma expectativa tão grande em relação às notas, porque isso foi tratado na primeira reunião, pode-se fazer um encontro voltado para algum tema específico. A escola pode decidir ou pedir que as famílias decidam o tema.

Dê alguns exemplos de como esses temas podem ser desenvolvidos.

São reuniões temáticas desvinculadas das reuniões pedagógicas. Essa proposta deve ser adaptada à filosofia da escola. Alguns temas que podem ser abordados são: limites, auto-estima, orientação sexual, orientação vocacional, stress infantil, até temas da atualidade, como dengue ou violência. Temas específicos para cada faixa etária são muito bem recebidos. Por exemplo, no primeiro trimestre, para o Ensino Fundamental I, pode-se tratar de orientação de estudos. Uma idéia é fazer um inventário de interesses com a criança na sala de aula. Quando os pais chegarem na reunião responderão a algumas questões e depois vão confrontar com o que o seu filho respondeu. Isso é uma motivação inicial para os pais, que perceberão o quanto estão acompanhando seu filho, o quanto conhecem a proposta pedagógica da escola.

Os pais têm receio de serem expostos no grupo?

É claro. O rendimento do seu filho não interessa para outra família. Por isso é preciso fazer um atendimento individual antes e convidar esses pais para uma reunião geral. Todos os casos que possam apresentar algum tipo de dificuldade na reunião geral, por exemplo, se a criança apresenta alguma queixa em relação à aprendizagem ou de relacionamento com os colegas, devem ser tratados individualmente com os pais. Nosso objetivo é chegar ao aluno. Quando falamos da reunião de pais, é porque eu quero ter essa família próxima da escola. Se família e escola estiverem juntas durante o processo os resultados serão mais satisfatórios em relação ao aluno. A escola deixa de ser ameaçadora para essa família. Cito o caso da OEMAR: na primeira reunião do ano, para Ensino Fundamental I, tivemos em média 77% de presença dos pais, em reuniões durante a semana, de manhã e à tarde.

O fato de marcar antecipadamente reuniões individuais pode acarretar um efeito inverso e fazer com que os pais não compareçam à reunião de grupo?

Não é o que eu tenho observado. A escola chama os pais individualmente desde fevereiro, enquanto a reunião de grupo é em maio, por exemplo. Aliás, para o atendimento individual os pais recebem uma convocação, enquanto para a reunião é um convite, o que é bem diferente. No convite da reunião geral deve ser deixado claro que serão tratados assuntos do grupo, diretamente com a professora. Os pais têm muita curiosidade em saber como o filho é em relação ao grupo e como o grupo é em relação ao filho. É importante saber que outros pais têm as mesmas preocupações e vivem as mesmas ansiedades, da mesma faixa etária. A realidade tem me mostrado que o fato de tratar individualmente questões da criança deixa os pais mais seguros e tranqüilos para estar na reunião geral. O pai sabe que lá isso não será abordado e a reunião deixa de ser ameaçadora.

Qual a freqüência ideal para as reuniões?

Atualmente, três reuniões gerais durante o ano são suficientes, deixando espaço aberto para atendimentos individuais e reuniões temáticas, desvinculadas do pedagógico. O ideal é que as reuniões sejam agendadas no início do ano e façam parte do calendário escolar. O interessante, sempre, é surpreender os pais, quebrando os paradigmas. Deve haver bom senso no uso de tecnologias. Pode-se aproveitar os recursos visuais que a escola possua. E, se não tiver, pode ser preparado um mural, um cartaz. Fazer uma lista de presença é importante para perceber qual a reunião de maior freqüência, enfim, qual a expectativa dos pais.

A escola também deve preparar reuniões para os pais do Ensino Fundamental II e Ensino Médio?

Sim. A freqüência dos pais diminui e a reunião tem um perfil diferente, até porque nessa faixa etária o objetivo dos pais é desenvolver a autonomia do filho. O mesmo tema pode ser abordado no Ensino Fundamental I, Fundamental II e Médio. Mas o principal é definir o objetivo da escola com a reunião e conhecer bem o grupo de pais que será atendido. Numa reunião de quinta a oitava séries, por exemplo, é muito desagradável expor os pais a uma longa espera para serem atendidos individualmente por cada professor. Sugiro em meu livro algumas estratégias, como a distribuição de senhas, que agilizam esse processo, evitando aquelas conversas paralelas entre os pais na fila. A escola pode até se antecipar à ansiedade dos pais, marcando reuniões preventivas, no ano anterior às séries consideradas como de transição, como primeira, quinta e sétima, do Fundamental II, e primeiro ano do Ensino Médio.

Em seu livro, a senhora sugere desvincular a reunião da entrega de notas. Como se dá esse processo?

Mais uma vez eu digo que é preciso amadurecer essa decisão com a equipe da escola. Não adianta só tirar a nota da reunião e não saber o que colocar no lugar. Se o pai vai para a escola só para receber nota, qualquer um pode estar no lugar dele. Ele vai para uma reunião de pais para receber muito mais do que nota. O boletim pode ir com antecedência para casa. Ele comparece à reunião ciente das notas, e sabendo com quais professores ele quer conversar, no caso do Fundamental II. Agora, é preciso adaptar isso a cada escola, avaliar se a freqüência vai cair. Algumas escolas ficam preocupadas se, desvinculando a nota da reunião, diminuirá a presença dos pais. Não é o que as estatísticas que tenho têm me mostrado. Uma reunião só com entrega de notas é que tem baixa freqüência de pais, porque a escola pensa nos pais que não vão e faz uma reunião trivial, e não um encontro para superar expectativas.

Como definir o perfil dos pais atendidos?

Deve-se pensar em absolutamente tudo em relação ao grupo de pais: se trabalham fora, em que horário trabalham, idade dos pais e dos filhos, formação, religião, expectativa deles em relação à escola. Com essas características a escola monta um perfil. É possível ter uma classe onde a maioria das crianças são filhos únicos. Essa característica gera uma diferença no perfil da classe. É importante definir o perfil dos pais para compreendê-los, e até para abordar um tema adequado. Se pretendo fazer a reunião de manhã, mas sei que os horários de trabalho desse grupo não são flexíveis, há o risco deles não comparecerem.

O tema da reunião deve estar de acordo com a proposta da escola?

Antes até do tema escolhido, a escola deve encontrar a forma de reunião em que ela acredita. Se a escola não estiver preparada para tirar a entrega de notas da reunião, então não deve se sentir obrigada a tirar. Eu devo amadurecer primeiro isso com a equipe. Adaptar a reunião ao jeito de ser da instituição. Dicas de aspectos gerais, porém, são importantes para os pais e independem da proposta da escola. Pensar no tema, em como abordá-lo, ter a pauta em mãos, conhecer o perfil de pais, marcar horário de início e término. Isso tudo vai trazer muita segurança ao encontro. Administrar o tempo é fundamental. Duas horas de duração e, dependendo da reunião, uma hora, já é suficiente. É inviável ir para uma reunião sem saber a que horas ela vai terminar. Por melhor que ela seja, se torna cansativa.

A senhora recomenda que a escola convide um especialista de fora para abordar um tema?

A escola pode trazer um convidado. Contratar algum especialista dá um retorno muito bom para a escola. Às vezes, a escola até já fala sobre a questão, mas é alguém que não está no dia-a-dia da escola que irá falar. Os pais se sentem agradecidos pela escola ter chamado uma pessoa para abordar certos assuntos. Tive preocupação, no livro, em mostrar que a própria escola pode fazer isso. Pode até haver no grupo de pais um profissional indicado para tratar de um tema. Por isso também é importante conhecer o grupo de pais.

A escola deve se organizar para receber as crianças no dia da reunião, caso os pais não tenham com quem deixá-las?

Eu não recomendo. Porque se a escola se organiza para receber as crianças, os pais vão continuar levando as crianças para as próximas reuniões. As professoras têm como foco, nesse dia, receber os pais, e não as crianças, o que dificulta todo o controle dessa situação. Se a reunião acontece num dia letivo, é indicado comunicar no convite que esse dia é destinado a receber os pais. Isso deve ser trabalhado com os alunos em sala de aula. A escola parou o seu dia com os alunos por ser tão importante receber os pais. Se a escola deixá-los jogar bola, passar um filme ou colocar uma auxiliar à disposição no dia da reunião, cria-se a cultura de que não é para levar a criança, mas se levar tem alguém para cuidar. A própria criança irá perceber que não é divertido vir para a escola nesse dia.

Disponível em: http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/importancia-reuniao-pais-mestres-427311.shtml; http://educador.brasilescola.com/orientacao-escolar/a-funcao-reuniao-pais.htm; https://sites.google.com/site/projetodeaprendizagemgravatai/-a-importancia-da-participacao-dos-pais-na-escola; http://www.direcionaleducador.com.br/artigos/como-tornar-a-reuniao-de-pais-um-sucesso. Acesso em: 03/09/2015.

Imagem disponível em: http://educador.brasilescola.com/orientacao-escolar/a-funcao-reuniao-pais.htm. Acesso em: 03/09/2015.

Nenhum comentário:

Postar um comentário