terça-feira, 28 de abril de 2015

CRIANÇA E POLÍTICA


A criança não vota; o adolescente pode votar aos 16 anos. Mas existem outras formas de participar e fazer política. Para isso, comece a acompanhar o noticiário para saber o que se passa no mundo. Informar os pais (que votam) já é um bom começo. Traga a política para o lar: nos pequenos conflitos familiares, aprenda a negociar, a ceder, a respeitar e a se fazer respeitar, pois essas atitudes são fundamentais no exercício da política. Estando nos espaços públicos, respeite as normas e faça valer seus direitos; isto é política.

São chamadas de concidadãos as pessoas que não pertencem ao círculo familiar e com as quais a criança se relaciona. Cidadania exige que a criança se livre de preconceitos. Jamais se deve julgar de antemão as pessoas, diz o bom preceito de relação política. Não é porque são idosas ou portadoras de deficiência que as pessoas deverão ser excluídas de suas relações. É preciso  lembrar: a convivência com a diversidade é a base da democracia.

O bairro em que se vive deve ser preservado. Preservá-lo é um ato político. Não se admite que crianças e jovens se envolvam em atos de vandalismo, afinal equipamentos públicos são uma extensão da casa.

Entre os equipamentos coletivos de um bairro, o que merece cuidado da criança é a escola. Lugar de aprendizado das mais diferentes disciplinas, a escola é um espaço de aprendizado político. Nela se aprende a convivência, a tolerância e a prática da cidadania. Nela, por exemplo, pode-se participar do Grêmio Estudantil. Este é um direito dos estudantes.

PLANO DE AULA SOBRE POLÍTICA:

O que o aluno poderá aprender com esta aula
  1. Compreender e ampliar conceitos relacionados à política na atualidade.
  2. Reconhecer a importância de cada um exercer a cidadania política em diferentes espaços sociais.
  3. Identificar a necessidade do exercício político desde a infância, através da representatividade de alunos no contexto escolar.  
Duração das atividades
Três aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
É facilitador para o desenvolvimento da aula que os alunos saibam o que significa cidadania e que tenham conhecimentos básicos de leitura, interpretação e escrita.
Estratégias e recursos da aula

Comentários iniciais ao professor:

O tema política é polêmico, desafiador e possibilita o trabalho interdisciplinar por projetos, planejados e executados pelos professores das diversas áreas do conhecimento. Considera-se fundamental destacar que esta temática é de extrema importância para a conscientização das crianças acerca de seus papéis enquanto cidadãos. É oportuno destacar que, apesar de estarmos em ano eleitoral e próximo ao período das eleições, o tema política deve ser continuamente abordado. Daí a necessidade de um trabalho efetivamente interdisciplinar, visando à ampliação e à vivência das várias formas do exercício político.   

Atividade 1:   

Inicie a atividade dizendo aos alunos que, em duplas, terão que decifrar um enigma, para descobrir a palavra referente ao assunto a ser tratado na aula:   
(Professor, a resposta ao enigma é a palavra POLÍTICA).  
Após a resolução do enigma, pergunte aos alunos qual foi a palavra formada. Agora, pensando na palavra “POLÍTICA”, lance algumas questões para os alunos, incentivando a troca de ideias e o confronto de opiniões: Para vocês, o que é política? O que é fazer política? Política é assunto de criança? No dia-a-dia, vocês agem de forma política? Em que situações?   
A seguir, apresente a imagem abaixo e peça aos alunos que digam quais são os significados atribuídos à palavra “Política” nas diferentes manchetes de jornal. Neste momento, os professores de Língua Portuguesa e História poderão contribuir com as discussões (Se necessário, o professor de Português poderá trabalhar com o portador de texto – jornal, destacando a função das manchetes, comum a este gênero informativo).
Fonte: http://www.almg.gov.br/cedis/cartilha/Modulo%20Verde/Aula1/Default.htm (Esta imagem está disponível no tópico "Se liga"). 
Prosseguindo, distribua aos alunos o texto “A política”, para que seja lido e discutido coletivamente, com a mediação dos professores.  
A política
Onde há gente, há política. A palavra política tem diversos significados. O mais comum relaciona política ao poder público, mas ela também faz parte do nosso cotidiano.
Fazemos política em casa, no bairro, na escola, no trabalho e em outros contextos sociais.
Em casa, acompanhe o noticiário para saber o que se passa no mundo. Traga a política para o lar: nos pequenos conflitos familiares, aprenda a negociar, a ceder, a respeitar e a se fazer respeitar, pois essas atitudes são fundamentais no exercício da política.
O bairro em que se vive deve ser preservado. Preservá-lo é um ato político.
A escola é um espaço de aprendizado político. Nela se aprende a convivência, a tolerância, o respeito ao outro, o diálogo e a prática da cidadania. Na escola, por exemplo, pode-se participar do Grêmio Estudantil. Este é um direito dos estudantes. Uma forma de se fazer política!
Assim, estando nos espaços públicos, respeite as normas e faça valer seus direitos; isto é política.
Vale lembrar: política não é coisa só de político. Mesmo que criança não vote e que o adolescente só pode votar aos 16 anos, existem outras formas de participar e de fazer política. Nossa participação é decisiva nas pequenas coisas que nos atingem no dia-a-dia, até nas decisões importantes que o governo vai tomar e que são de interesse geral.
(Professor, este texto foi adaptado dos sítios relacionados abaixo. Ao visitá-los, você encontrará outras informações relativas ao tema. Vale à pena conferir!).

Atividade 2:

SITUAÇÕES POLITICAMENTE CORRETAS...

Para esta atividade, organize os alunos em grupos. Distribua para cada grupo uma lista com algumas situações, para serem lidas e analisadas pelos alunos. Eles deverão destacar aquelas consideradas politicamente corretas, apresentando argumentos que justifiquem as escolhas feitas.
Sugestão de situações:
. Jogar lixo no chão ou destampar bueiros entope a rede pluvial. Não observar as leis municipais que estabelecem, por exemplo, as regras de ligações de esgoto e de escoamento de água de chuva em residências também ajuda a complicar as coisas na hora das tempestades.
. A família é o primeiro grupo político da criança. Nela existem limites e regras comuns a qualquer relacionamento. A criança precisa aprender a respeitá-las.
. A escola é outro grupo político porque tem suas regras de funcionamento. Vivendo em conjunto, temos de respeitar regras de convívio grupal, conhecer e exercer nossos direitos e deveres.
. Atos de vandalismo em diferentes espaços sociais, destruição de equipamentos públicos, são notícias frequentes na televisão, na Internet e nos jornais.
. Jogar lixo no lugar certo é um ato político porque beneficia a comunidade, cultivando a atitude responsável com a coletividade.
 . Ser bem atendido ao pedir orientações ou solicitar algum tipo de serviço evita reclamações, pois os direitos do cidadão estão sendo respeitados.
. Diminuir gastos com energia elétrica, economizar água, preservar fauna e flora, devem ser ações políticas que fazem parte do nosso dia-a-dia.   
. Na escola, há alunos que atrapalham o andamento da aula, incomodam a turma com brincadeiras fora de hora, conversas paralelas, agressões físicas e verbais.   
. Em casa, na escola, no trabalho, há pessoas que colaboram entre si, que procuram fazer uma divisão mais justa de tarefas, visando o “bem comum”.  
(Professor, estas situações foram criadas a partir de textos disponíveis nos sítios:
http://www.camarapoa.rs.gov.br/portaldagurizada/pages/cidadania/index.html   Como a criança exerce a cidadania política?
Em seguida, cada grupo deverá socializar as situações escolhidas e as suas respectivas análises. Para enriquecer o debate, leia e discuta com os alunos a ação politicamente correta, realizada pelo cidadão Herbert de Souza (Betinho) e que, até os dias atuais, tem influenciado o pensamento e a atitude de várias pessoas.

Atividade 3:   

Para ampliar a reflexão sobre o exercício da cidadania política, apresente o vídeo “Série – TV CULTURA”, que mostra a importância da representatividade no contexto escolar, disponível no link

Após assistir ao vídeo, instigue os alunos a compreender a importância da representatividade como exercício político em algumas situações do contexto escolar e em outros âmbitos sociais.   
ORGANIZE UMA VOTAÇÃO!  
Analise juntamente com a turma, a questão da representatividade de alunos em sua escola: Há representantes de classe na escola? Eles têm exercido este papel de forma ética e democrática? Costumam consultar os colegas quando têm que deliberar sobre assuntos de interesse coletivo? Respeitam e defendem as ideias e decisões do grupo de colegas?  
De acordo com a análise feita, você poderá sugerir a realização de um ”REFERENDO”. Informe aos alunos que referendo é um tipo de votação em que basta as pessoas responderem SIM ou NÃO a uma questão de interesse geral. Este referendo poderá acontecer de forma ampla, envolvendo todos os alunos e professores da escola.
Questão sugerida para o referendo:   
Você concorda em manter representantes de classe na escola? (Professor, se em sua escola não tem representantes de classe, formule a seguinte questão: Você acha que é importante ter representantes de classe na escola?).
Os professores das diversas áreas de conhecimento da escola deverão trabalhar com os alunos sobre aspectos relacionados a esse exercício político e democrático – a votação: o voto é um direito e um dever do cidadão, é livre, é secreto; por meio do voto, as pessoas fazem escolhas; em casos de fraudes, a votação é anulada, dentre outros.   
Para saber mais sobre representatividade e processo de votação, acesse o link
Para organizar a votação é preciso:   
. Locais previamente estabelecidos para a votação
. Urnas (que poderão ser feitas com caixas de papelão)
. Cédulas para votação: (  ) SIM    (  ) NÃO
. Listas para serem assinadas pelos votantes  
O professor de Matemática poderá colaborar no momento da contagem e tabulação dos votos. O resultado da votação deverá ser divulgado para toda a comunidade escolar.   
De acordo com o resultado do referendo, é importante abrir espaços de reflexão, análise e avaliação do processo de representatividade de alunos na escola.   
Para finalizar, sugerimos a produção de um “vídeo-jornal” sobre política, com a participação dos professores de Português e de Informática. Neste vídeo poderão ser reunidas as informações pesquisadas e discutidas durante a aula e incluídas sugestões de vídeos, textos, filmes, livros e outros sítios relacionados ao tema.
Caso os resultados da votação sejam favoráveis à adoção ou permanência de representantes de classe, os professores poderão se organizar juntamente com os alunos para a realização da Eleição de Representantes de Classe na escola, como exercício de um processo político.
Recursos Complementares
Professor, sugerimos abaixo links interessantes relacionados ao assunto para seu conhecimento ou para acrescentar à aula:
http://www.rubemalves.com.br/  (Clicar em "Novidades": Explicando política às crianças I, II, III E IV). 
http://sitededicas.uol.com.br/a_raposa_e_o_macaco.htm  Fábula: A raposa e o macaco  
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=13140    Protagonismo infantil no processo político - As crianças e a elaboração legislativa na virada dos anos 80  
http://www.avozdocidadao.com.br/detailAgendaCidadania.asp?ID=1596    Informações importantes para o controle social sobre políticas para a infância - Ministério Público do Paraná lança cartilha “Município que Respeita a Criança”
http://www3.fundabrinq.org.br/dotnetnuke/contato/perguntas-frequentes/programa-prefeito-amigo-da-crianca-.aspx    Programa: Rede Prefeito Amigo da Criança (Este programa é iniciativa da Fundação Abrinq, com o apoio do Unicef. Procura ouvir as ideias da garotada e aperfeiçoar as medidas políticas que se referem às crianças e aos adolescentes.Os alunos podem pedir ao prefeito de sua cidade que participe deste programa).
Referência Bibliográfica:   
DELRIEU, Alexia, MENTHON, Sophie de. A política. O mundo de hoje explicado às crianças. São Paulo: Ática, 2008.
Avaliação
A avaliação deverá ser contínua, processual e diagnóstica durante todo o desenvolvimento da aula: acompanhar e avaliar os alunos nas diferentes etapas do processo de aprendizagem, compreender as estratégias utilizadas por eles na construção do conhecimento e organizar formas de intervenção adequadas às reais necessidades dos alunos e que possibilitem avanços cognitivos.   
Auto-avaliação dos alunos (oral ou por escrito): Participação individual e grupal nos diferentes momentos da aula propostos pelo professor.      
Avaliação dos alunos pelo professor: Respeito aos momentos de fala e de escuta e às opiniões dos colegas. Envolvimento e participação dos alunos nas atividades propostas. Avaliar se os alunos conseguiram: compreender e ampliar conceitos relacionados à política; reconhecer que a cidadania política está presente em diversas ações do dia-a-dia; organizar e participar de uma votação como exercício político no contexto escolar.

Disponível em: http://www.paranasemcorrupcao.org.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=35. Acesso em: 28/04/2015.

Nenhum comentário:

Postar um comentário