AGRUPAMENTOS PRODUTIVOS NA ALFABETIZAÇÃO
Segundo Piaget (1970), Vygostky (2010) e Ferreiro (2004), o
ato de formar os agrupamentos produtivos é muito relevante, pois
uma sala de aula é composta de diferentes crianças em níveis distintos de conhecimentos, ou seja, a classe é constituída de forma heterogênea e não homogênea, em que todos estão num mesmo nível
de conhecimento.
Essa prática faz com que os educandos aprendam
uns com os outros, e não todos somente com o professor.
O agrupamento acaba tornando-se fundamental, tanto para o
parceiro mais experiente quanto para o menos, pois, no processo de
alfabetização, é por meio das trocas de experiências e da reflexão
sobre os objetos escritos que ocorre o desenvolvimento cognitivo
na sua totalidade e a construção de novos conhecimentos.
Como utilizá-lo?
Para ter um bom aproveitamento no uso dos agrupamentos
produtivos, primeiramente se faz necessária uma sondagem, ou
seja, uma avaliação diagnóstica para saber em que hipótese se encontra cada um dos alunos.
O Programa de Formação de Professores Alfabetizadores
(PROFA), Módulo I, do Ministério da Educação (BRASIL, 2007),
mostra em algumas orientações como realizar essa avaliação.
É muito importante que sejam feitos os agrupamentos produtivos para que os alunos possam discutir as opiniões, debater as ideias, dar e receber informações e assim evoluir no aprendizado até atingir a maturação do conhecimento.
Os professores devem, pois, unir as crianças em hipóteses diferentes, porém próximas entre si,
como as exemplificadas a seguir:
• As de hipótese pré-silábica com as de hipótese silábica
sem valor sonoro.
• As de hipótese silábica sem valor com as de hipótese silábica com valor.
• As de hipótese silábica com valor com as de hipótese silábico-alfabética.
• As de hipótese silábico-alfabética com os alfabéticos ou
alfabéticos trabalhando entre si.
Crianças em hipóteses muito diferentes acabam reproduzindo o ensino do método tradicional, no qual alguém que sabe mais
transmite ao outro que sabe menos, este último acaba apenas recebendo o conhecimento, sem ser levado em consideração aquilo
que já sabia anteriormente; daí a importância de hipóteses próximas
entre si. Também se corre o risco de não haver companheirismo,
produtividade e conivência entre as crianças, por isso devem ser
consideradas suas características individuais.
Pode acontecer, ainda, de os
níveis de aprendizagem coincidirem, mas de os alunos, por terem
características muito distintas, não conseguirem interagir.
O sucesso da alfabetização e do letramento com agrupamentos produtivos depende muito das atividades que o professor irá
propor, sempre tendo como princípio metodológico a resolução de
problemas e fazendo com que os alunos se sintam desafiados, com
questões a resolver, mas de possível execução.
Por isso, é importante conhecer as hipóteses em que as crianças se encontram, pois é
dessa maneira que o educador conseguirá planejar apropriadamente
as intervenções para os diversos grupos.
Disponível em: file:///C:/Users/Principal/Downloads/sumario7.pdf. Acesso em: 27 maio 2020.
Imagem disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=20331
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