sábado, 20 de fevereiro de 2016

DEPOIMENTOS DE PROFESSORAS SOBRE O  ENCANTAMENTO COM A LEITURA


O livro é um objeto de desejo do ser humano, assim como a leitura que se faz dele pode ser um processo de longo encantamento. Enquanto ser humano, serei sempre uma consequência dos livros que li, terei sempre uma marca dos autores com os quais dialoguei.
O mercado editorial tem certeza que o livro é de fato um objeto de desejo do leitor. Este precisa ser cobiçado de alguma forma. Quando disposto na prateleira, necessita estar muito bem apresentado para que o leitor o fite com a intenção de tocá-lo. Este processo é tentador, pois as cores precisam estar dispostas numa composição harmônica.
E a forma? Ah! A forma é uma outra natureza de confronto do olhar desse leitor cobiçador! Como se explica? O leitor tátil não começa a cobiça sem tocá-lo, e no toque ele desperta a intensidade do desejo. As representações imaginárias tomam forma ou se modificam conforme a sensação sentida no toque das mãos do leitor no papel. A variedade de tamanhos, acabamento, a diagramatura, textura, principalmente esta última, fazem o leitor  observar por mais tempo este objeto. A arte gráfica, então, precisa apresentar contornos que realcem, que brilhem e que indiquem o conjunto do livro. Este é um caminho com muitas pistas a serem desvendadas.
O processo de criação de um livro, hoje, inquieta muito o designer, pois ele  tem a certeza que esse sentimento de cobiça ficou mais aguçado, e aceitar tê-lo companheiro vai depender, também, de sua arte e da inquietação desse artista sedutor. A capa é de fato a face do libro uma vez bem planejada, limpa e delineada, no olhar do leitor conquistador, já se avança nesse percurso do desejo.

Há até aquele leitor que exige mais desse objeto, não somente a forma e a arte, mas também o cheiro! Incrível, mas temos o leitor olfativo que, no primeiro contato, já define se tomará posse ou não do livro, pela fragrância que ele exala. Assim, podemos inferir que a qualidade de produtos com tinta, papel e outros componentes integrantes na constituição do
livro é fator decisivo para que este objeto potencialize a sua sedução.


Até aqui fiz um movimento análogo. Mas o que revela um livro? Que livro o autor busca? Que companheiro ele pode ser? São tantas as questões que pululam na mente que o leitor é tomado por uma taquicardia momentânea. Ele precisa de um bom tempo para se aproximar e decidir qual possuir. Esta é uma outra fase de descoberta, de investigação, de intensa inquietação, de busca, de insaciável desejo. O momento de consumar esta busca implacável e peremptória. O leitor agora precisa fazer uma viagem mais apurada, requintada e seletiva, pois aqui se trata do conteúdo, da informação e do
conhecimento que se deseja obter. Essa diversidade é muito complexa, pois cada leitor é um mundo, assim como cada livro também.

Um outro dado que instiga mais ainda é saber que a humanidade publica um livro a cada trinta segundos! Vamos imaginar que a velocidade com que se publica um livro hoje é proporcionalmente contrária à velocidade em que se pode lê-lo. E o que optar? Eis o momento mais delicado, o leitor se encontra agora na fase de escolha. Ele será o único responsável pela decisão de levar consigo o objeto ou deixá-lo permanecer na prateleira da livraria. Mas indago: para que fazemos livros? Por que publicamos tanto? Por que lemos? Por que escrevemos?

Naturalmente, todas essas indagações terão a quantidade de tantas repostas quanto temos leitores. Nós lemos e escrevemos por variados e múltiplos motivos e necessidades. Somos movidos pelo conhecimento de
mundo que construímos. Quando leio, evidentemente eu me modifico e assim, contribuo para modificar o outro. Nesta relação dialógica que mantenho entre o livro e o autor me transporto para um mundo diferente daquele no qual habito.


Amigo leitor, a mais inteligente opção é aquela que considerar a emoção que desejamos ter, as atitudes que pretendemos modificar, o olhar que ampliamos, o colorido que damos, os sentimentos que sentimos e que
realizamos após a leitura de cada livro. Se ao lê-lo eu me torno mais humano,
mais compreensivo com as questões da existência enquanto ser vivo. Se começo a perceber que o mundo se constitui de pequenas coisas, se entendo que ler é também uma necessidade humana, então serei eu, o leitor, quem vai decidir.

E que seja esta decisão a mais acertada no desejo, a mais politicamente necessária e a que lhe permita ficar mais leve, livre e solto na vida.

ALGUNS DEPOIMENTOS DE PROFESSORAS SOBRE O ENCANTAMENTO COM A LEITURA:

Silvia Simone Galeano Amorim  (Curista)

Suzano-SP 
Professora de Matemática na Rede Estadual de São Paulo.

Na minha infância me lembro : como eu gostava de ficar observando as bancas de jornal e ficar namorando os gibis da Mônica, Cebolinha ,Cascão ... Às vezes minha mãe comprava e eu adorava ler as histórias tão divertidas !Na minha vida escolar eu me recordo do livro : “Éramos Seis” que a professora Marilena adotou na 8ª série para posteriormente fazer uma avaliação .Esse livro marcou bastante e sua história triste me fez chorar no final . Anos mais tarde a história desse livro virou novela e eu pude relembrar os momentos de leitura que ficaram marcados na minha memória .

Sonia Regina de Lucena (Cursista) 
Suzano-SP 
Professora de Matemática, Biologia e Ciências na Rede Estadual de São Paulo.
Um livro das minhas lembranças é o Pequeno príncipe essa leitura para mim  vem de encontro ao depoimento de Antonio Cândido que diz:" A leitura desenvolve em nós a quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreendido e abertos para a natureza, a sociedade,e o semelhante." Uma frase que encontro depois de ler todos os depoimentos: " Sonhar e realizar meus sonhos, com sucessos ou frustrações encarar como um desafio mais nunca impedir de realiza-los por mais difícil que seja..."                                                                                                                                                                     Uma experiência: O desafio de através da leitura, criatividades, representações,do carinho ,da compreensão trabalhar durante quatro anos seguidos com  uma mesma turma vinda do "PIC" formar um elo forte entre professor/aluno resgatando a auto-estima o respeito e no final vendo todos chegar ao final do ciclo II.Hoje sinto saudades, porém fico de longe acompanhando seus vôos desengonçados. Sinto que a missão foi cumprida.   

Sueli Noriko Kariatsumari (Cursista)    
Suzano-SP
Professora de Matemática e Química na Rede Estadual de São Paulo.
Desde criança fui estimulado a leitura, pois meus pais falavam pouco a língua Portuguesa, meu primeiro livro foi a Mina de Ouro de Maria José Dupré de aventuras, hoje me atualizo com livros técnicos valorizo muito as Ciências exatas  e curiosidades. Diante dos alunos devemos ensinar a linguagens matemáticas para melhor entendimento do cálculos.

Valdete Pereira Lima (Cursista)
Suzano-SP 
Professora de Matemática na Rede Estadual de São Paulo.
Há mais ou menos quatro anos, sempre que entro na sala de aula, escrevo uma pequena mensagem, mas de grande significado, para o aluno refletir e comentar a respeito. Incentivo-os também a trazer mensagens para a reflexão. Acredito que desta forma,estou incentivando os alunos a leitura e escrita.

Verônica Alexandre Silva (Cursista)
Suzano-SP 
Professora de Matemática na Rede Estadual de São Paulo.
A leitura sempre esteve presente dentro do meu contexto escolar, meus professores durante toda a minha formação sempre me incentivaram a ler.                Na Primeira Série a Professora levava semanalmente uma caixa cheia de livros para que cada aluno escolhesse um. Adorava uma série do Ziraldo sobre o alfabeto em que cada livro uma letra era a personagem principal. Já na quinta série, a escola nova tinha uma biblioteca enorme e foi durante o período que estudei lá que mais li livros, além disto adorava e comprava todas as revistas da ‘Capricho’ e ‘Atrevida’ que eram leituras obrigatórias. Gostei tanto da ideia que durante este período até produzi um jornal estudantil. Durante o ensino médio, graças a magnifica professor  Celina Rosa (que Deus a tenha), tenho hoje na minha prateleira grandes clássicos nacionais, aprendi não só a entender um livro, mas todo o universo que o rodeia. A leitura e principalmente a escrita ajuda o homem a se encontrar dentro de si mesmo. Hoje com a explosão de informações e recursos, muitas pessoas se afastam de sua essencial e se perder dentro do aglomerado de ‘coisas’ que é o mundo atual.A escola deve ser ativa no processo de encontro do aluno consigo mesmo, motivando-os a buscassem dentro de si mesmos a essência de sua existência. A leitura e a prática da escrita em minha opinião é um dos meios para isto.Eu trabalho com textos simples como o que “Eu aprendi...”, ou reflexões sobre “Como eu aprendi...”, “O que eu gostaria de aprender...”,  listas com sonhos, expectativas, atividades prazerosas e etc, são todas válidas. Relato de experiências próprias... Acredito que eles ajudam meus alunos a se encontrarem e em paralelo praticar as competências cognitivas de escrita e leitura. É lógico que nada é perfeito e a rejeição/desprezo de alguns alunos acontecem (sempre acontecem), mas não me desmotivo, muitos eu venço pela persistência com muita delicadeza.

ADRIANA PINHEIRO

DEPOIMENTO1

Quando parei pra pensar sobre minhas primeiras leituras, logo veio na minha mente a cartilha Caminho Suave, lembro-me disso como se fosse hoje e com boas recordações. Com essa cartilha aprendi a ler e me lembro dela com detalhes, os desenhos, as cores, as atividades etc.
Outro tipo de leitura que me marcou foi na época que fiz catequese, líamos livros religiosos voltados para as crianças, com linguagem fácil, agradável e bem coloridos. Quanto aos meus pais me lembro da minha mãe que tinha o hábito de ler a bíblia, mas não lia em voz alta, somente leitura silenciosa, mas eu a observava sempre. Meu pai lia livro com histórias de faroeste (risos), ele adorava. Quando eu estava no colégio me lembro das leituras que eram obrigadas, ou seja, leitura imposta e valendo nota, isso não foi muito agradável, mas acho que muitos passaram por isso. 
Hoje não leio tanto quanto gostaria, leitura pela leitura, sem compromisso. Na realidade me dedico à leitura de assuntos pertinentes ao conteúdo que estou trabalhando com meus alunos, estou sempre procurando uma maneira diferente, mais interessante de passar para os meus alunos o que eles precisam conhecer, aprender. 
Acredito que a leitura na infância deve ser incentivada pela família, isso é muito importante, os pais têm um importante papel nesse processo, presentear os filhos com livros, por exemplo, seria uma atitude bem positiva, mas alguém presencia isso no dia a dia? No meio onde vivo não presencio essa atitude por parte dos pais, nem parentes.
Acredito que o hábito da leitura desde a infância muito colabora no aprendizado da pessoa ao longo de sua vida escolar, essa pessoa tem menos dificuldades no aprendizado, menos "preguiça" quando precisa ler algo, porque ler para essa pessoa é normal, faz parte da sua rotina.
Ler sempre, tudo, gibi, panfleto, bula de remédio, receitas culinárias etc. Vamos ler e principalmente praticar o incentivo a leitura!!!!
Acabo de me lembrar de uma leitura que muito me marcou na época das pesquisas escolares, a Enciclopédia Barsa, M-A-R-A-V-I-L-H-A, adorava aquele momento da pesquisa, momento mágico, o índice, cada página virada, o cheiro (risos).
Outro momento marcante foi o primeiro livro que ganhei um dicionário Aurélio, do meu avô, pai da minha mãe, infelizmente já falecido, com dedicatória e tudo (me emocionei).


DEPOIMENTO 2

 Paro, penso, reflito
 Lembranças, infância, criança
 Cartilha, aprendizado, família
 Barsa, pesquisa, um guia
 Ontem nasci, cresci, aprendi
 Hoje sou resultado do que vivi
 "O plantio é livre
 a colheita obrigatória"
 Então, plantemos o hábito da leitura
 colheremos bons leitores
 quem sabe até escritores?
 Viva a magia da leitura
 E viva a cultura!


ANA ALICE CONSTANTINO DE OLIVEIRA

Quando li os depoimentos de Danuza Leão, Rubem Braga e Antônio Cândido acerca de suas experiências com leitura e escrita, voltei no tempo e me recordei como se eu tivesse ainda meus  cinco anos de idade.  Foi nessa idade que fui colocada frente a frente com a leitura. Quem me proporcionou esta maravilha foi uma pessoa muito simples , que não tinha nenhum parentesco comigo. Era simplesmente o Sô Joaquim, o homem que ensinava as crianças no bairro pobre, de uma cidade do interior do Rio de Janeiro, as primeiras letras, para que elas fossem para a escola com alguma noção de leitura e escrita.
A partir daí, comecei a viajar com as histórias do Tio Patinhas, Pateta, Mickey Mouse, e tantos outros personagens de Walt Disney que me visitavam diariamente. Todos os dias, após ir à escola e fazer as tarefas, envolvia-me com a leitura das revistinhas e me imaginava morando em Patópolis , convivendo com todos os personagens como se fosse num mundo real. Os gibis eram emprestados por uma vizinha . Ficava com eles por dias e dias a fio . Lia e relia as histórias , às vezes duas, três, quatro vezes, não importava. O que importava era o meu envolvimento com todos eles. Gostava de todos como se fossem meus. Uma situação de pertencimento.  A leitura  satisfazia as minhas necessidades básicas. Não precisava de mais nada, pois já me sentia completa.

“Só quem conhece a magia da leitura pode dizer que sabe realmente ler, porque falar que sabe ler apenas por ter aprendido é como comer apenas para ficar vivo.” Joakim Antonio

 Disponível em: http://eduneb.uneb.br/all/noticias/o-encantamento-pelo-livro-uma-apologia-a-leitura/; http://encantaramatematica.blogspot.com.br/p/depoimentos-sobre-leitura.html; http://encantamentoatravesdaleitura.blogspot.com.br/; http://www.institutocamargocorrea.org.br/Documents/Publica%C3%A7%C3%A3o%20Jornada%20Leitura.pdf. Acesso em: 20/02/2016.

Imagem disponível em: http://mundoleituraencantada.blogspot.com.br/. Acesso em: 20/02/2016.

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