terça-feira, 14 de julho de 2020

EDUCAÇÃO FAMILAR E EDUCAÇÃO ESCOLAR

Panaro em Casa - A Escola Online - Escola Municipal Panaro ...Saúde na escola - Brasil Escola

Em tempos de pandemia, fica difícil não considerar a possibilidade de algumas práticas educativas formais no contexto familiar ou doméstico. Contudo, esse é também um momento oportuno para refletirmos sobre alguns motivos para diferenciarmos essas duas instâncias educativas - a família e a escola. Um primeiro ponto a destacar é que a educação familiar é diferente da educação escolar e que uma não substitui a outra. Quando pensamos na educação familiar, podemos ressaltar a importância dos pais e/ou responsáveis na condução da educação das crianças e adolescentes. Educação aqui entendida como processo de transmissão de valores éticos e morais, de princípios religiosos, de construção de um ambiente harmônico, organizado por regras e rotina. Quando pensamos na educação escolar, logo destacamos as aprendizagens formais e a transmissão de conhecimentos acumulados historicamente pela humanidade. Nesse ponto, é preciso dizer que os pais sozinhos nunca darão conta da complexidade do currículo escolar (pensando aqui nos currículos oficiais brasileiros - nacionais, estaduais e municipais). É preciso também dizer que nada substitui a relação criança-criança e professor/a-crianças no contexto da escola. É nas relações sociais (e também institucionais) que as crianças aprendem a se colocar em um contexto grupal, a perceber que os/as colegas pensam diferente dela (e possivelmente também dos pais e/ou responsáveis por aquela criança) e que é de extrema importância que haja essa multiplicidade de opiniões, valores e formas de ser para que possamos nos enriquecer diante da diversidade. A escola é também espaço para aprender a dividir, a respeitar uma figura de autoridade, a realizar atividades intencionais que beneficiem o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças e adolescentes. A família pode e deve sempre acompanhar os processos que ocorrem na escola, mas dificilmente conseguirão repor ou substituir as aprendizagens decorrentes dessa convivência com os outros dentro de um contexto institucional. Portanto, quando pensamos na relação escola família, precisamos reiterar que o papel dos pais não é de intervir pedagogicamente na educação formal dos filhos, visto que somente os/as professores/as sabem os conteúdos apropriados para cada faixa etária e ano escolar e somente eles/as, tendo passado por uma formação em nível superior na docência, têm capacidade para escolher os métodos e metodologias de ensino que sejam mais adequados a cada criança ou adolescente. Somente um profissional da área de educação consegue descrever em que nível de aprendizado (por exemplo, da leitura e da escrita) o/a seu/sua filho/a se encontra. Somente através dessa avaliação diagnóstica é que o/a professor/a irá propor determinadas atividades. Por conta disso, os pais, por mais bem intencionados que estejam, não têm condições de fazer esse tipo de avaliação. Além disso, é preciso considerar o fato de que algumas crianças apresentam dificuldades para aprender (por vários motivos) e somente o/a professor/a terá condições de avaliar se há ou não a necessidade de um acompanhamento especializado e a necessidade de possíveis encaminhamentos. Portanto, não há como eximir a responsabilidade dos pais e responsáveis de educar seus/suas filhos/as, mas também não há nenhuma possibilidade de que eles/as preencham ou substituam as funções de um/a professor/a.

Imagens retiradas do Google Imagens.

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